LDL alta: Lacunas na conscientização e incidência de tratamento

Pauline Anderson

15 de novembro de 2023

Destaque

A prevalência de elevação da lipoproteína de baixa densidade (LDL) do colesterol diminuiu nas últimas duas décadas. No entanto, 1 em cada 17 norte-americanos ainda mantém níveis de 160-189 mg/dL, e 1 em 48 apresenta ≥ 190 mg/dL, diz nova pesquisa. Entre as pessoas com níveis mais elevados de LDL, uma em cada quatro não está ciente do quadro e não recebe tratamento, afirmam os autores.

Metodologia

  • Usando dados de 23.667 participantes adultos da National Health and Nutrition Examination Survey dos Estados Unidos, realizada de 1999 a 2020, os pesquisadores identificaram 1.851 pessoas (7,8%) com LDL de 160-189 mg/dL e 669 (2,8%) com LDL ≥ 190 mg/dL.

  • Os indivíduos foram classificados como "não conscientes" se nunca tivessem avaliado a LDL ou sido informados sobre essa elevação, e como "não tratados" se os seus medicamentos não incluíssem estatina, ezetimiba, um sequestrante de ácidos biliares ou um inibidor da pró-proteína convertase subtilisina/kexina tipo 9.

  • Os autores compararam a prevalência de pessoas “não conscientes” e “não tratadas” em relação a idade, sexo, raça e etnia, nível de escolaridade, índice de pobreza e situação do plano de saúde.

Principais informações

  • Durante o período do estudo, a prevalência ajustada por idade de LDL de 160-189 mg/dL diminuiu de 12,4% (intervalo de confiança [IC] de 95% de 10,0% a 15,3%), o que representa 21,5 milhões de adultos nos EUA, para 6,1% (IC 95% de 4,8% a 7,6%), representando 14,0 milhões de adultos (P < 0,001).

  • A prevalência ajustada por idade de LDL ≥ 190 mg/dL diminuiu de 3,8% (IC 95% de 2,8% a 5,2%), o que representa 6,6 milhões de adultos, para 2,1% (IC 95% de 1,4% a 3,0%), abrangendo 4,8 milhões de adultos (P = 0,001).

  • Entre aqueles com LDL entre 160-189 mg/dL, a proporção dos que não tinham conhecimento do próprio quadro e não recebiam tratamento diminuiu de 52,1% para 42,7%. Já entre aqueles com um nível de LDL ≥ 190 mg/dL, diminuiu de 40,8% para 26,8%.

  • O desconhecimento e a falta de tratamento foram mais comuns entre adultos jovens, homens, grupos minoritários raciais e étnicos, bem como entre os com menor nível de escolaridade, com rendimentos mais baixos e sem plano de saúde.

Na prática

A falta de conhecimento e tratamento da LDL elevada revelada pelo estudo "pode ​​ser atribuída a dificuldades de acesso aos cuidados primários, baixas taxas de rastreamento na atenção primária, falta de consenso sobre recomendações de rastreamento, ênfase insuficiente na LDL e hesitação em tratar indivíduos assintomáticos", concluem os autores.

Fonte

A pesquisa foi liderada por Ahmed Sayed, afiliado à Faculdade de Medicina da Ain Shams University, no Egito. Foi publicada em 1º de novembro de 2023 como Research Letter no periódico  JAMA Cardiology

Limitações

A análise foi limitada devido ao pequeno número de participantes com LDL ≥ 190 mg/dL, possível viés de não resposta e dependência da memória do participante em relação à avaliação prévia da LDL. A inclusão de gestantes pode ter influenciado nos níveis de LDL.

Conflitos de interesses

Ahmed informou não ter conflitos de interesses. As informações sobre os demais autores estão listadas na publicação original.

Este conteúdo foi originalmente publicado no Medscape

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