Uma mulher de 38 anos busca atendimento primário com queixa de pesadelos. Seus sonhos começaram há cerca de cinco meses e não apresentam padrão específico. A paciente tem apenas uma vaga lembrança dos sonhos. Ela conta que algum tipo de ser maléfico a assusta durante os sonhos, mas é incapaz de dar uma descrição visual clara dos eventos e da sequência de incidentes.
A paciente diz que, segundo o seu marido, em algumas noites ela tem gritado e debatido os braços enquanto dorme. Quando ele lhe conta esses episódios pela manhã, acredita que ocorreram nas mesmas noites em que teve pesadelos.
Em termos gerais, a paciente se diz bem descansada e informa que não toma bebidas cafeinadas antes de dormir. Não teve nenhuma mudança significativa em seus hábitos de sono e nega desconforto físico, mudança na temperatura ou iluminação do quarto durante as noites.
Ela diz que não está passando por nenhum estresse excepcional, mas pontua que vem sentindo-se mais pressionada do que de costume por cuidar da casa com dois filhos na escola primária, bem como trabalhar em tempo integral como assistente administrativa em uma empresa local. Muitas vezes chega atrasada ao trabalho depois de colocar as crianças no ônibus escolar. Algumas vezes precisa terminar em casa as tarefas que não concluiu durante o expediente. No entanto, não recebeu nenhuma reclamação sobre o seu desempenho profissional e não acha que será demitida.
Ao longo da vida, nunca teve distúrbios do sono ou pesadelos e não costuma se lembrar dos seus sonhos. A paciente não tem história de doença psiquiátrica. Descreve seu humor como feliz em geral e seus relacionamentos mais importantes como positivos.
Tem história de alergia crônica, que se manifesta com congestão nasal e rinorreia. Tem usado de modo intermitente vários descongestionantes que não precisam de prescrição médica desde os 20 anos de idade. A paciente não procurou atendimento médico para sua alergia e nunca reparou se seus sinais e sintomas têm padrão sazonal. No entanto, refere que às vezes não tem sintomas, enquanto outras tem tanta congestão nasal que usa aproximadamente uma caixa de lenço de papel por dia, especialmente no trabalho.
Ultimamente, seus sinais e sintomas pioraram, e ela tem tomado medicamentos que retirou da embalagem original e colocou em um saco de sanduíche para caber na sua bolsa. Não lembra o nome do medicamento, mas diz que em geral compra o descongestionante que estiver à venda.
Exame físico e propedêutica
A história familiar da paciente revela mãe com artrite reumatoide e pai com diagnóstico recente de colite ulcerativa.
O exame físico é completamente normal. O exame de estado mental e o exame neurológico também são normais. As respostas às perguntas de rastreamento da depressão são negativas.
Os resultados do hemograma completo, eletrólitos e perfil lipídico estão todos dentro da faixa de referência.
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Citar este artigo: Mulher de 38 anos grita e se debate durante o sono - Medscape - 21 de março de 2023.
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