Estudante universitária com ansiedade generalizada e flatulência excessiva

Dra. Doris Valenzuela-Araujo; Dr. Henry C. Lin; Dr. Emery C. Lin

20 de março de 2023

Contexto

Uma jovem de 18 anos procura atendimento com queixa de dor e distensão abdominal há quatro semanas, flatulência excessiva e perda ponderal de 2 kg. A dor piora após as refeições e está tipicamente localizada na região epigástrica. A paciente não observou associação com nenhum alimento específico, mas vem evitando comidas gordurosas e laticínios. Por causa do desconforto após as refeições, ela reduziu a ingestão de alimentos em geral. Refere sentir-se ligeiramente distraída algumas vezes. Nega diarreia, vômitos ou fezes de coloração escura ou sanguinolenta. Nega também exposição a pessoas doentes e viagens recentes.

A anamnese revela anemia ferropriva, asma e ansiedade generalizada, tratadas com suplementação de ferro, albuterol e escitalopram, respectivamente. Não tem alergias conhecidas nem história cirúrgica relevante.

A história familiar revela mãe com intolerância ao glúten, tio materno com câncer gástrico e tio paterno com doença de Crohn. Não fuma, não bebe, nem usa drogas ilícitas. Recentemente, começou seu primeiro ano de faculdade e está morando no alojamento da instituição.

Exame físico e propedêutica

Ao exame, a paciente está afebril e sua frequência cardíaca e pressão arterial estão normais. Ectoscopia normal; a paciente é agradável e conversa com facilidade. Humor levemente ansioso.

Exame de cabeça e pescoço sem nada digno de nota. Esforço respiratório normal e pulmões limpos. Frequência cardíaca regular em dois tempos, sem sopros. Abdome flácido, indolor e peristáltico, sem massas. Não tem edema nos membros. Não são observadas alterações cutâneas.

Os exames laboratoriais iniciais são hemograma; bioquímica; velocidade de hemossedimentação; dosagem de lipase, proteína C reativa, calprotectina fecal e antitransglutaminase tecidual IgA; teste de gravidez (urina); e exame de sangue oculto nas fezes. Os resultados de todos os exames são inexpressivos.

A paciente é avaliada por um gastroenterologista e faz uma endoscopia digestiva alta, que mostra proeminência das pregas gástricas e aspecto nodular do antro. São identificadas duas úlceras no duodeno. A figura abaixo mostra a visão endoscópica de uma úlcera duodenal semelhante em outro paciente. Os resultados das biópsias estão pendentes.

Figura 1.

 

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