COMENTÁRIO

A importância da terminologia médica na saúde digital

Prontmed

3 de janeiro de 2023

Como todo profissional de saúde sabe, as terminologias médicas servem para padronizar a linguagem usada na saúde, facilitar a comunicação e evitar erros. [1]

Em um mundo cada vez mais digital — e com a saúde imersa nessa realidade —, as terminologias médicas ganham ainda mais importância. Afinal, a interoperabilidade [2] dos dados clínicos é essencial para garantir um sistema munido de informações confiáveis, padronizadas e capazes de beneficiar o setor como um todo, desde profissionais e gestores de saúde até pacientes.

Então, que tal refletirmos um pouco a respeito de como as terminologias médicas influenciam a saúde digital?

Terminologias médicas são a base de um bom acompanhamento dos pacientes

A principal fonte de consulta de terminologias médicas usadas no Brasil é a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10), [3] que segue um padrão aplicado em todo o mundo. Mas há outras padronizações relevantes, como a Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS), [4] exclusiva do Brasil e muito importante na rede particular, incluindo todas as instituições que seguem as normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Quando inseridas em um prontuário eletrônico com dados estruturados, as terminologias médicas cumprem alguns papéis importantes. Imagine que um paciente com uma doença crônica precise de atendimento médico de urgência por causa desta patologia, mas não está na região onde mora ou decidiu buscar assisência em outra instituição de saúde, diferente da que costuma ir, por iniciativa própria.

Se os dados clínicos desse paciente estiverem registrados em uma plataforma que permita a integração com outros sistemas e a terminologia médica utilizada para inserir esses dados seguir os padrões estabelecidos, o atendimento prestado pelo profissional de saúde e a instituição que o acolher será mais preciso e eficaz.

Dados estruturados ajudam gestores de saúde na definição de linhas de cuidado

Além disso, o uso de terminologias padronizadas nas plataformas digitais permite que o paciente seja direcionado a clínicas e laboratórios especializados e à sua operadora de saúde, contribuindo para um atendimento mais especializado, exames detalhados e processos administrativos mais ágeis.

Para as instituições de saúde, a padronização terminológica ao registro dos dados clínicos permite uma visão mais clara da saúde populacional. Assim, é possível entender o cenário e propor ações voltadas ao cuidado de pacientes de determinados hospitais, operadoras de planos de saúde e outras instituições.

Se uma operadora tem um grande número de pacientes diabéticos, por exemplo — informação que pode ser confirmada a partir do registro de dados confiáveis no prontuário —, [5] é viável elaborar linhas de cuidado que ajudem essa população a ter uma vida mais saudável. Assim, além do óbvio benefício para as pessoas, a própria instituição também passa a lidar com pacientes mais saudáveis — o que pode ter impactos administrativos, como a redução de custos.

Mas que ninguém se engane: essa inserção de dados no prontuário só ocorre de fato quando a plataforma oferece a usabilidade [6] necessária para que o profissional de saúde se sinta à vontade e tenha facilidade em preencher os dados clínicos do paciente.

Como vimos até aqui, a padronização terminológica no contexto da saúde é cada vez mais importante, especialmente em um cenário no qual os dados estruturados cumprem um papel estratégico, tanto na condução de tratamentos quanto na gestão das instituições do setor.

Por isso, a inserção de dados corretos, confiáveis e de forma fácil por parte dos profissionais de saúde é algo a ser cada vez mais buscado no contexto da saúde digital. Afinal, os benefícios são visíveis para todos os envolvidos.

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