Falar em transformação digital já não é nenhuma novidade. No entanto, colocá-la em prática e interagir com essa nova era ainda continua sendo um desafio para muitos profissionais de saúde. Como dizia Platão, “a necessidade é a mãe da invenção”, e infelizmente foi preciso vivenciar uma pandemia para impulsionar de vez grande parte das atividades do dia a dia da saúde em direção aos meios digitais.
Ou seja, juntamente a todo desafio da pandemia e dos receios que ela nos trouxe, também fomos instigados a garantir a nossa segurança profissional e do processo de registro de cada atividade. Quando falamos de segurança, precisamos trazer à luz a assinatura digital, item importantíssimo pela sua capacidade de garantir o valor legal dos procedimentos e registros realizados.
A assinatura digital faz parte do guarda-chuva da assinatura eletrônica, usada para acessar e compartilhar informações em meios digitais. Ela tem vários formatos, que incluem biometria, senha, token, assinaturas escaneadas, entre outras. A tecnologia ainda necessita de um certificado digital emitido por autoridade certificadora (por exemplo, o ICP-Brasil), que é o que garante o seu valor legal.
Entre as características que tornam a assinatura digital uma tecnologia segura estão:
Integridade — garantia de que o documento não foi (e não poderá ser) adulterado ou fraudado
Autenticidade/autoria — identificação do autor da assinatura por meio do uso de uma chave privada (exclusiva do seu proprietário) que garante a autoria da assinatura
Registro da assinatura — que permite identificar quando e como foi dada
A integridade e a autoria são garantidas por meio de uma chave criptográfica que cria uma vinculação com o documento e o signatário (autor da assinatura). Qualquer alteração no documento original (inclusão de um espaço a mais, alteração de uma palavra, entre outras) invalida a assinatura.
Há, ainda, o não repúdio, que significa a impossibilidade de o autor negar a autenticidade da assinatura ou que seja o responsável pelo conteúdo.
No caso de profissionais de saúde, que emitem diferentes tipos de documentos aos pacientes — tendo-se ampliado essa tendência com as teleconsultas — e ainda assinam digitalmente prontuários, receitas, atestados e laudos, a tecnologia é um item imprescindível, inclusive por questão de segurança, já que a assinatura manual pode ser falsificada muito mais facilmente.
Além disso, as regulamentações e a reclassificação das assinaturas eletrônicas baratearam e desburocratizaram esse acesso. Por isso, pode-se dizer que o investimento vale muito a pena.
Outros fatores, além da segurança profissional, que devem ser levados em consideração ao investir na assinatura digital são:
Agilidade no atendimento — não é mais necessário descrever e assinar os documentos físicos, o que simplifica o processo
Redução de custos — não há necessidade de se ter blocos impressos de papéis para emissão de receitas, bem como as impressões feitas no próprio consultório. Também se torna desnecessária a gestão do papel e a disponibilização de espaço para armazená-los
Sustentabilidade — impacto positivo no meio ambiente
Facilidade aos pacientes — ao receberem seus documentos por e-mail, mensagem de texto ou WhatsApp, não há mais a necessidade de armazenar papéis. O fato de estarem disponíveis no próprio celular também evita que os pacientes esqueçam de levar esses documentos na hora de adquirir um medicamento ou realizar um exame, por exemplo.
Então, com tantas vantagens para profissionais de saúde, pacientes e ambientes de trabalho, é difícil encontrar argumentos para não aderir a essa ideia, concorda? Como disse o “pai da administração”, Peter Drucker: “Todas as inovações eficazes são surpreendentemente simples. Na verdade, o maior elogio que uma inovação pode receber é haver quem diga: ‘É óbvio! Por que eu não pensei nisso antes?’”.
Mahiti Godoy é Chief Operating Officer (COO) da Prontmed e membro do Comitê Técnico da Aliança para Saúde Populacional (Asap).
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Citar este artigo: Influência da assinatura digital na segurança da atuação dos profissionais de saúde - Medscape - 10 de novembro de 2022.
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