Estudo oferece pistas sobre qual a melhor idade para parar de fumar

Lisa O'Mary

Notificação

4 de novembro de 2022

Fumantes que pararam antes dos 35 anos apresentaram uma “reversão completa do risco”, quando comparados a pessoas que nunca fumaram, de acordo com um novo estudo nacional dos Estados Unidos.

Os pesquisadores também quantificaram o benefício de parar de fumar para pessoas com mais de 35 anos. O risco adicional de morte associado ao tabagismo foi reduzido em 90% para aqueles que pararam antes dos 45 anos e em 66% para aqueles que pararam de fumar entre 45 e 64 anos.

"A natureza distante das consequências para a saúde dos jovens fumantes representa um desafio para os profissionais [da saúde] que tentam motivar o abandono [do cigarro] em faixas etárias mais jovens. Sem um objetivo próximo, é tentador para esses fumantes desistir de uma tentativa de parar de fumar com pensamentos como 'Eu realmente não preciso fazer isso agora'", escreveu em um comentário o Dr. John P. Pierce, Ph.D., diretor do departamento de epidemiologia do Moores Cancer Center na UC San Diego Health, nos EUA.

Fumantes atuais tiveram duas vezes mais chances de morrer por qualquer causa durante o estudo, em comparação com o grupo que os pesquisadores chamaram de "nunca fumantes", definidos como pessoas que fumaram menos de 100 cigarros ao longo da vida.

Publicado em 24 de outubro no periódico JAMA Network Open, o estudo envolveu 551.388 participantes dos EUA, usando informações coletadas pelos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) de 1997 a 2018. Os pesquisadores coletaram os dados de causas específicas de morte dos participantes até o final de 2019.

Os resultados reproduziram achados anteriores e estabeleceram se fatores demográficos, como a raça e o sexo do fumante, influenciariam ou não os benefícios de parar de fumar. (Em muitas áreas de pesquisa em saúde, a raça ou o sexo de um indivíduo estão associados a riscos variados.)

Os pesquisadores descobriram que os benefícios de parar de fumar na redução do risco de morte são comparáveis entre os grupos demográficos.

"Entre os ex-fumantes de cada grupo racial e étnico, tanto homens como mulheres, [o ato de] parar de fumar foi associado a reduções de aproximadamente 80% no excesso de mortalidade associado ao tabagismo continuado", afirmaram os autores. “Essas associações foram predominantemente consistentes nas mortes por câncer, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias inferiores.”

Os achados também são importantes para orientar os esforços na cessação do tabagismo, pois, embora o uso do tabaco tenha diminuído nos EUA, a redução variou entre os grupos demográficos.

"Monitorar a associação do tabagismo com a mortalidade por raça, etnia e sexo é fundamental para entender como a epidemia de tabagismo nos EUA continua evoluindo ao longo do tempo e quem é mais afetado pelas mudanças", afirmaram os autores. "Apesar da contínua diminuição da prevalência do tabagismo nos EUA nas últimas décadas, o progresso não foi igual entre os grupos demográficos. O progresso recente no aumento da taxa geral de abandono entre os fumantes americanos tem sido modesto, e a taxa de abandono tem sido consistentemente menor entre os fumantes negros e hispânicos, em comparação com os fumantes brancos não hispânicos.”

Fonte 

JAMA Network Open: "Quitting Smoking by Age 35 Years –  A Goal for Reducing Mortality", "Association Between Smoking, Smoking Cessation, and Mortality by Race, Ethnicity, and Sex Among US Adults".

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