Homem de 41 anos em uso de sildenafila com cefaleia durante o sono

Dr. Mousa Abujbara

Notificação

27 de setembro de 2022

Nota da editora:  

A série Casos Clínicos aborda doenças difíceis de diagnosticar, algumas das quais não são vistas com frequência pela maioria dos médicos, mas é importante poder reconhecer com precisão. Teste a sua capacidade diagnóstica e terapêutica com o caso desta paciente e as perguntas correspondentes. Se você tiver algum caso que você gostaria de sugerir para um futuro Desafio Clínico, por favor entre em contato conosco

Contexto

Um homem de 41 anos procura o pronto-socorro com uma cefaleia frontal de forte intensidade, de início súbito e que o despertou do sono. A cefaleia está associada a náuseas, vômitos e sensação subjetiva de febre. Ele queixa-se também de diplopia e fotofobia de início recente, mas nega diminuição da acuidade visual. Nega convulsão, fraqueza focal, episódios semelhantes anteriores, cefaleias frequentes ou distúrbios visuais prévios.

Nega problemas médicos importantes, e o único medicamento que toma ocasionalmente é a sildenafila. Bebe socialmente, não fuma e não usa drogas.

Exame físico e propedêutica

Ao exame físico o paciente aparenta estar doente, contudo alerta e sem sinais de sofrimento. Seus sinais vitais revelam temperatura de 39,5 ºC, pressão arterial de 155 ˣ 95 mmHg e pulso de 110 batimentos por minuto.

O exame ocular revela ptose da pálpebra direita (Figura 1), com desvio inferolateral do olhar e midríase paralítica no olho direito (Figura 2). O exame campo visual demonstra hemianopsia bitemporal. O exame de fundo de olho revela pulsação venosa normal e discreta palidez temporal bilateral do disco.

Os pares cranianos não têm outros déficits. O pescoço está móvel, sem sinais de meningismo. O exame do tórax revela ginecomastia bilateral leve, sem secreção mamilar. Pulmões limpos. A ausculta cardíaca revela bulhas normofonéticas em dois tempos, sem sopros, atrito ou galope. O abdome é flácido e indolor, sem visceromegalias. A força bilateral dos membros superiores e inferiores é de 5/5, com reflexos tendinosos profundos e plantares. A sensibilidade do paciente ao toque suave e à picada de agulha está integralmente preservada, e sua marcha é normal.

Os exames laboratoriais revelam uma concentração de hemoglobina de 13 g/dL (referência de 13,8 a 17,2 g/dL); leucometria de 16 × 103/mm3 (referência de 4,5 a 11 × 103/mm3), com 75% de neutrófilos; e plaquetometria de 340 × 103/mm3 (referência de 150 a 400 × 103/mm3). Os níveis séricos de eletrólitos, nitrogênio ureico, creatinina e glicose estão todos dentro dos limites normais. As amostras de liquor revelam 420.000 hemácias/mm3, 20.000 leucócitos/mm3, glicose normal de 85 mg/dL e proteína aumentada de 230 mg/dL. A coloração de Gram do liquor é negativa para bactérias.

É feita uma tomografia computadorizada de crânio, seguida imediatamente de uma ressonância magnética (Figura 3).

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