Covid-19: Resumo da semana (20 a 26 de agosto)

Equipe Medscape Professional Network

26 de agosto de 2022

Neste artigo

Nota da editora: Veja as últimas notícias e orientações sobre a covid-19 em nosso  Centro de Informações sobre o novo coronavírus SARS-CoV-2 . 

Em 25 de agosto, o Brasil contou 197 mortes ligadas à covid-19 em 24 horas. Houve, em média, 150 vítimas por dia na última semana. A variação é de -31% em relação a duas semanas. O DF e mais 20 estados apresentam tendência de queda nas mortes pela doença, algo que não ocorria simultaneamente em mais de 20 unidades federativas desde 22 de abril deste ano. Mesmo assim, os números permanecem em níveis elevados. No dia 24, foram 190 mortes. Desde o início da epidemia, o país teve 683.328 óbitos ligados à doença.

Na mesma data, foram registrados 21.398 casos confirmados, com uma média móvel de sete dias de 15.108 e uma queda de 35% em duas semanas. Ao todo, são 34.348.213 casos conhecidos confirmados desde o início da pandemia. Os dados e as análises foram feitos por um consórcio de veículos de imprensa criado para monitorar a pandemia formado por g1, Extra, UOL, O Globo, Folha de S. Paulo e Estadão.

InfoGripe indica manutenção da queda de casos de SRAG no país

Divulgado na quarta-feira (24), o novo Boletim InfoGripe Fiocruz aponta para sinal de queda de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e crescimento na de curto prazo (últimas três semanas). A curva nacional segue indicando entrada em um patamar similar ao de abril de 2022 - o mais baixo desde o início da epidemia de covid-19 no Brasil. O estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 22 de agosto.

Apesar do cenário positivo, o boletim destaca o aumento recente na faixa etária de 0 a 11 anos, em especial no grupo de 5 a 11 anos, em diversos estados do Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Embora ainda preliminares, os números mostram que, em alguns estados das regiões centro-oeste e sul, observa-se o predomínio de resultados positivos para rinovírus.

Caso se confirme, isso apontaria para a retomada de vírus respiratórios usuais – potencialmente em função do retorno às aulas após o período de férias escolares. “Embora sejam vírus de menor preocupação em comparação ao SARS-CoV-2, tal cenário reforça a importância de cuidados mínimos, como boa ventilação das salas de aula e respeito ao isolamento das crianças com sintomas de infecção respiratória para tratamento adequado e preservação da saúde da família escolar”, comentou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária seguem apontando para o amplo predomínio do vírus SARS-CoV-2, especialmente na população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,1% para influenza A; 0,2% para influenza B; 5,6% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 74,6% para SARS-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 0,5% para influenza A; 0,5% para influenza B; 0,2% para VSR; e 96,3% para Sars-CoV-2.

Positividade para SARS-CoV-2 é de 6,7%, aponta ITpS 

Com queda de 15 pontos percentuais em um mês, a positividade para SARS-CoV-2 está em 6,7%, o valor mais baixo desde abril. Observando por faixa etária, a variação vai de 1% (bebês e crianças de 0 a 4 anos) a 12% (idosos de 70 a 79 anos). As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de 412.145 testes realizados pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular e HLAGyn entre 1º de fevereiro e 20 de agosto.

De 13 a 20 deste mês, a positividade para SARS-CoV-2 se aproximou das taxas dos demais patógenos respiratórios monitorados por meio de testes moleculares. Com pequeno aumento percentual de resultados positivos, Influenza A registrou 4,3% de positividade, VSR, 3,4%, e Influenza B, 0,3%. Apesar dos percentuais baixos de detecção, os vírus causadores de síndromes respiratórias continuam circulando.

USP desobriga uso de máscaras

A partir do dia 24, medida da reitoria da Universidade de São Paulo suspendeu a obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes fechados para alunos, professores e visitantes em todos os seus campi: São Paulo, Bauru, Lorena, Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba e Pirassununga. A necessidade da máscara continua em vigor no transporte coletivo e nos serviços de saúde dentro da universidade. A apresentação de comprovantes das doses adicionais continua sendo exigida.

Como reportou o site g1, nas últimas semanas, outras universidades pelo país também passaram a não exigir o uso da máscara em seus ambientes, como a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, manteve o uso obrigatório da máscara em ambientes fechados, e a Universidade Federal do Amapá (Unifap) determinou o uso em ambientes internos e externos.

Ao mesmo tempo, há universidades que estão recomendando o uso da máscara em seus ambientes fechados, como a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), também na Paraíba.

As consequências da covid-19 na educação

O país está enfrentando as consequências de médio e longo prazo da ampla disseminação da covid-19. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Península entre professores de escolas públicas e particulares de todo o território nacional indica que, mesmo após um semestre de aulas presenciais, os alunos ainda estão pouco concentrados, desmotivados e com dificuldade de relacionamento. Os diretores relataram maior frequência de problemas com agressividade, ansiedade e até suicídio entre os adolescentes.

Falta cloroquina para tratar malária na Amazônia

A cloroquina está em falta há mais de dois meses para tratar a malária em comunidades indígenas da região amazônica. A recomendação do governo é usar outros medicamentos, porém podem causar efeitos colaterais mais graves. A escassez ocorre depois que o governo decidiu usar esse medicamento, sem comprovação científica, contra a covid-19.

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