Clube de Revistas de pediatria: junho de 2022

 Dr. Fernando Lyra

Notificação

21 de junho de 2022

Neste artigo

Dr. Fernando Lyra

Nesta seção o Dr. Fernando Lyra comenta estudos divulgados recentemente em publicações de impacto na área da pediatria. Membro do Departamento Científico de Cuidados Domiciliares da Sociedade de Pediatria de São Paulo, o Dr. Fernando também é especialista em administração em saúde (AMB e Sociedade Médica Brasileira de Administração em Saúde).

1. Resultados de pacientes pediátricos que precisaram de transporte secundário para um hospital terciário: estudo observacional retrospectivo

Os autores conduziram um estudo de 13.720 pacientes transportados por socorristas em Kobe, no Japão, para um serviço de emergência (transporte primário), com o objetivo de avaliar os desfechos dos pacientes que precisaram ser levados para um hospital terciário, para investigação e/ou tratamento adicionais, até 24 horas após a admissão no serviço de emergência (transporte secundário).

Foram considerados como desfechos principais: o resultado do atendimento 12 horas após o transporte secundário e se o transporte secundário atrasou o tratamento ou colocou o paciente em risco desnecessário. Os pacientes que precisaram de transporte secundário foram comparados com pacientes imediatamente encaminhados para hospitais terciários.

Os pacientes tinham menos de 19 anos de idade. Foram excluídos do estudo casos de grandes traumas.

No período estudado, os autores avaliaram 13.720 pacientes admitidos em serviços de emergência: 10.047 para a emergência de hospitais não terciários e 3.673 para a emergência de hospitais terciários. Dos pacientes atendidos em hospitais não terciários, 81 foram transferidos para um hospital terciário até 24 horas após o atendimento inicial.

Os autores relataram que a causa mais comum de transporte secundário foi convulsão, seguida por traumas menores, e 89% dos pacientes que precisaram de transporte secundário por conta de convulsão foram hospitalizados; dos pacientes que precisaram de transporte secundário por conta de traumas menores, 53% foram hospitalizados.

Os pacientes que precisaram de transporte secundário tiveram maiores taxas de internação e necessidade de atendimento intensivo, em comparação com os pacientes levados direto para a emergência de um hospital terciário, apesar de não ter sido detectada diferença aparente na gravidade pré-hospitalar entre os dois grupos.

Para lembrar :
  • Devido ao alto custo que representam, as unidades de terapia intensiva são concentradas em centros terciários de atendimento, que são unidades primordiais na regionalização do atendimento a crianças de alto risco.

  • Problemas respiratórios, convulsões e traumas são condições comuns no atendimento em prontos-socorros e prontos atendimentos no Brasil. Apesar da escassez de dados na literatura médica, é de grande benefício a caracterização de grupos prioritários para o encaminhamento a serviços terciários, em especial de pacientes menores de cinco anos de idade.

  • Os serviços de transporte são essenciais ao sistema regionalizado de atendimento à criança e o adolescente.

  • Recomendo a leitura do artigo na íntegra.

Referência:
Nezu, M., Shiima, Y., Kurosawa, H., & Miyakoshi, C. (2022). Outcomes of Pediatric Patients in Secondary Transport to Tertiary Hospital: A Retrospective Observational Study. Pediatric Emergency Care, 38(6), 283-289.

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