Os avanços da ciência
Na sexta-feira (22), a Organização Mundial de Saúde lançou um comunicado recomendando fortemente o uso do comprimido anticovídico que combina os antivirais nirmatrelvir e ritonavir, desenvolvido pela farmacêutica Pfizer, para pacientes com sintomas leves ou moderados da infecção pelo SARS-CoV-2, mas que estejam "em risco de hospitalização". Fazem parte desse grupo pacientes idosos ou imunossuprimidos, com falta de vacinação como medida adicional e não vacinados, segundo o Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS, formado por especialistas internacionais. A recomendação é baseada em novos dados de dois ensaios clínicos randomizados envolvendo 3.100 pacientes. No entanto, o grupo desaconselhou o uso em pacientes de menor risco, pois os benefícios seriam triviais e também não fez recomendações para pacientes com covid-19 grave ou crítico, pois atualmente ainda não há dados de ensaios.
Atualização: anticoagulação de pacientes com covid-19
Leia a entrevista com o Dr. Fernando Morita, Ph.D., médico que atua na linha de frente do atendimento de covid-19 na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, feita pelo Dr. Mauricio Wajngarten.
30% dos infectados desenvolveram covid-19 prolongada, constata estudo
Cerca de 30% dos pacientes com covid-19 desenvolveram a condição conhecida como covid-19 prolongada, disseram pesquisadores da UCLA em um estudo publicado no Journal of General Internal Medicine.
Os pesquisadores estudaram 1.038 pessoas inscritas no UCLA Covid Ambulatory Program entre abril de 2020 e fevereiro de 2021. Os pesquisadores descobriram que 309 delas desenvolveram covid-19 prolongada.
O diagnóstico de covid-19 prolongada foi dado se o paciente relatasse sintomas persistentes 60 a 90 dias após ter sido infectado ou hospitalizado. Os sintomas mais persistentes foram fadiga (31%) e falta de ar (15%) nos participantes hospitalizados. Entre os pacientes ambulatoriais, 16% relataram perda do olfato.
Como o cérebro muda depois da covid-19
A análise de imagens de ressonância magnética do cérebro tiradas antes e após a infecção por SARS-CoV-2 sugere que mesmo a covid-19 leve está associada a alterações na estrutura cerebral e comprometimento cognitivo. No entanto, as implicações clínicas para os indivíduos ainda não são claras e mais estudos devem ser feitos para avaliar a generalização dos achados e se os efeitos são duradouros. Para saber mais, leia o artigo publicado dia 21 pela revista Nature.
Perda do olfato a longo prazo associada a danos no bulbo olfativo
Novas descobertas de um estudo post-mortem podem explicar a perda de olfato a longo prazo em alguns pacientes com o vírus. “A impressionante patologia axonal em alguns casos indica que a disfunção olfativa na covid-19 pode ser grave e permanente”, relataram pesquisadores liderados por Cheng-Ying Ho, MD, Ph.D., professor associado do Departamento de Patologia da The Johns Hopkins University School of Medicine, nos Estados Unidos. Os pesquisadores coletaram tecido post-mortem do cérebro, pulmão e outros órgãos de 23 pacientes falecidos por covid-19 com idades entre 28 e 93 anos e 14 controles que testaram negativo para covid-19. Os resultados mostram que os danos causados pelo covid-19 podem se estender além da cavidade nasal e envolver o cérebro. O estudo foi publicado online em 11 de abril no JAMA Neurology.
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Citar este artigo: Covid-19: Resumo da semana (15 a 22 de abril) - Medscape - 22 de abril de 2022.