Covid-19: Resumo da semana (5 a 11 de fevereiro)

Equipe Medscape Professional Network

11 de fevereiro de 2022

Neste artigo

A covid-19 no mundo

O mundo registrou 406.071.123 diagnósticos de infecção pelo vírus SARS-CoV-2, e 5.750.139 óbitos por covid-19 na manhã do dia 11 de fevereiro, de acordo com os dados do  Coronavírus Resource Center , da Johns Hopkins University (EUA).

Em 9 de fevereiro, o presidente da Organização Mundial da Saúde  (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus , exortou os países ricos a fornecerem com urgência os 16 bilhões de dólares que faltam para financiar o plano de luta contra a pandemia. Para fornecer acesso mais rápido a ferramentas de combate à covid-19 em países desfavorecidos, nomeadamente através do sistema de distribuição de vacinas Covax, a OMS lançou o programa ACT-A, ao custo de US$ 23,4 bilhões entre outubro de 2021 e setembro de 2022, mas apenas US$ 800 milhões foram arrecadados até agora.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou no dia 9 ao Parlamento a intenção de encerrar todas as restrições internas a covid-19 até o final deste mês se os números mantiverem tendência de queda. Isso também inclui o fim das regras de autoisolamento. Ele anunciará os detalhes completos no dia 21 de fevereiro, quando os parlamentares se reunirão novamente. A estimativa é que 98,1% da população adulta na Inglaterra tenham testado positivo para anticorpos SARS-CoV-2 na semana que se inicia em 10 de janeiro, de acordo com dados divulgados pelo Office of National Statistics (ONS).

Os números seguem relativamente altos. Foram relatados 68.214 casos positivos em 9 de fevereiro, com um total de 485.074 dias em sete dias. Houve uma queda de 22,8% em relação à semana anterior. Isso é cerca de 833,7 pessoas infectadas por 100.000. Foram 276 mortes relatadas no dia 9 e 1.526 nos últimos sete dias – uma queda de 16,3% em relação à semana anterior. Além disso, houve 1.196 pessoas internadas no hospital, com 10.266 nos últimos sete dias – uma queda de 12% em relação à semana passada. No total do Reino Unido, 91,2% da população com 12 anos ou mais receberam uma primeira dose de vacina contra a covid-19; 84,6% uma segunda dose e 65,4% um reforço ou terceira dose. O ONS estimou que 1 em cada 19 pessoas na Inglaterra testaram positivo para a covid-19; 1 em 25 no País de Gales; 1 em 13 na Irlanda do Norte e 1 em 25 na Escócia.

Na França, a epidemia finalmente parece ter estacionado com uma taxa de incidência de 2.489/100.000 na terça-feira (8). A média de óbitos diários em sete dias continua alta (321), assim como a de internações convencionais (33.036) e internações em terapia intensiva (3.617). A variante Ômicron agora representa 99,6% das amostras sequenciadas. O porta-voz do governo, Gabriel Attal, anunciou um relaxamento das medidas sanitárias nas escolas e a possível suspensão do passe de saúde entre o final de março e o início de abril.

Inspirados na mobilização observada no Canadá, opositores das restrições sanitárias querem organizar um “comboio da liberdade” nas estradas francesas. Através das redes sociais, os manifestantes convocam uma reunião em Paris para o sábado (12). É esperado que esses comícios tenham um papel mais importante do que o que aconteceu no Canadá. Na França, os motoristas têm o direito de viajar entre países e podem comer em paradas de caminhões sem cartão de vacinação.

Nos Estados Unidos, os casos de covid-19 e as hospitalizações estão diminuindo, disse o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas. O país está relatando uma média de 240.000 novos casos de covid-19 por dia, de acordo com o rastreador de dados do New York Times. Isso representa uma diminuição de 63% em comparação com as duas semanas anteriores. Cerca de 100.000 pessoas estão hospitalizadas por covid-19, conforme os dados mais recentes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (queda de 28% nas últimas 2 semanas). Ao mesmo tempo, cerca de 2.600 mortes são notificadas a cada dia, de acordo com o New York Times, o nível mais alto em um ano. Fauci afirmou que as restrições nos Estados Unidos terminarão em breve. Ele não deu um cronograma específico, mas disse que provavelmente acontecerá em 2022.

Na Alemanha, o Instituto Robert Koch (RKI) relatou um aumento na incidência nacional de covid-19 em sete dias, estabelecendo outro recorde. Na manhã da quarta-feira (9), a incidência chegou a 1.450,8 casos por 100.000 habitantes. Para efeito de comparação, no dia anterior o valor era 1.441,0. Há uma semana, 1.227,5 e, no mês anterior, 335,9. Escritórios de saúde na Alemanha relataram 234.250 novas infecções ao RKI em um dia.

Várias farmácias iniciaram a vacinação contra a covid-19 esta semana. O novo regulamento recebeu críticas da classe médica. Na opinião deles, a vacinação pertence ao consultório médico e os farmacêuticos não teriam treinamento para essa função. No debate sobre o relaxamento da política de covid-19, o governo federal alemão segue sua linha cautelosa. Um porta-voz do Ministério Federal da Saúde referiu na segunda-feira (7) um "número extremamente alto de novas infecções". É possível presumir que esse pico será ultrapassado em algumas semanas e que depois o número de casos estará mais controlado.

Na Itália, embora o declínio na curva de incidência sugira que a epidemia está recrudescendo, os números continuam altos. A incidência média caiu de 1.823 para 1.362 novos casos por 100.000 habitantes. O maior número de casos novos está no grupo de 0 a 9 anos e de 10 a 19 anos. Diante da nova situação epidemiológica, um decreto emitido em 4 de fevereiro simplificou as regras de quarentena escolar e estendendo por tempo indeterminado a validade do passaporte vacinal para quem recebeu a dose de reforço. O número de novas doses aplicadas está diminuindo e não aumenta mesmo entre as crianças: menos de uma criança em cada cinco entre 5 e 11 anos foi vacinada e menos de 35% recebeu pelo menos uma dose. A partir de 10 de fevereiro as máscaras faciais não serão mais obrigatórias em espaços abertos.

Na terça-feira (8), pelo terceiro dia consecutivo, os registros de novos casos em Portugal mostraram queda, reforçando as estimativas de especialistas em saúde pública de que o pico da onda Ômicron pode ter ocorrido há algumas semanas. De acordo com o relatório divulgado na sexta-feira (4) pela Direção-Geral da Saúde (DGS) em conjunto com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), ainda que o número de casos se mantenha elevado, há "sinais claros de abrandamento na doença". Ainda no dia 4, o R(t) foi de 1,05 nacionalmente e em todas as regiões, indicando tendência ascendente com sinais de desaceleração do crescimento. A região do Algarve foi a que apresentou o maior valor de R(t): 1,13. Segundo o relatório da DGS e do INSA, a pressão sobre os serviços de saúde e sobre a mortalidade são elevados. O número de casos internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente apresenta tendência de estabilidade, correspondendo a 61% (na semana anterior era 58%) do valor crítico definido de 255 leitos ocupados. A mortalidade específica por covid-19 (60,7 mortes em 14 dias por 1.000.000 habitantes) mostra uma tendência crescente.

O país começa a diminuir gradualmente as restrições. Desde segunda-feira (7), não é mais necessário apresentar teste negativo para entrar no país para quem possui o certificado digital de vacinação da União Europeia e/ou equivalente de países que têm reciprocidade com Portugal. Porém, o certificado ainda é obrigatório para ter acesso ao interior de restaurantes, casas de espetáculos, cinemas e hotéis, entre outros estabelecimentos.

A Espanha está passando pela sexta onda após duas semanas consecutivas com queda no número de novos casos. Na terça-feira (8), a incidência em 14 dias foi de 1.893 casos por 100.000 habitantes. Nesse período, houve uma queda de quase 1.500 pontos e os hospitais voltaram aos níveis de ocupação do início de janeiro (a ocupação das UTI está agora em 18,76%). Ainda na terça-feira, o governo aprovou a eliminação da obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre e nos recreios das escolas a partir do dia 10 de fevereiro. Em relação à vacinação, 48% da população espanhola já receberam a dose de reforço, enquanto 55,6% das crianças já receberam a primeira. De acordo com um comunicado da Casa Real, o rei Felipe VI teria testado positivo na quarta-feira (9), após ter sintomas leves na noite anterior.

No Canadá, centenas de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde assinaram um carta aberta denunciando a desinformação científica, o assédio e os excessos políticos em torno dos protestos contra as medidas sanitárias. Liderados por centenas de caminhoneiros, os "Comboios da Liberdade", como os manifestantes se autodenominam, reuniram milhares de pessoas nas principais cidades do país.

Enquanto muitos estão vacinados (80% da população) e desejam protestar contra as restrições ainda em vigor, alguns são acusados de serem influenciados e financiados por grupos próximos da ultradireita americana. "Estamos exaustos, assim como você", escreveram os profissionais médicos em sua carta, mas "não vamos tolerar grupos organizados, motivados pelo ódio, minando os serviços de saúde. Continuaremos usando nossas batas em público". Alguns serviços hospitalares em Vancouver realmente recomendaram que seus funcionários não usem nenhum sinal distintivo de sua profissão.

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, informou que o número de casos na região das Américas diminuiu 31% em relação à semana anterior. No entanto, o número de mortes aumentou aproximadamente 13% (com aumentos maiores em certas áreas da América Central e do Sul). Na semana passada, houve mais de 4,8 milhões de novos casos e mais de 33.000 novas mortes na região.

No México, a quinta semana do ano começou com uma redução de 31% no número de casos. Espera-se que essa desaceleração continue nas próximas semanas. O Sistema Nacional de Proteção Integral da Criança e do Adolescente (SIPINNA) registrou 34 óbitos associados a covid-19 entre 1º e 23 de janeiro. No total, de 12 de abril de 2020 até hoje, foram notificados 1.055 óbitos.

O subsecretário de Prevenção e Promoção da Saúde informou que, a partir de setembro de 2021, o governo da Cidade do México deixou de usar ivermectina para tratar a covid-19, pois não havia evidências científicas de sua eficácia. Isso foi uma resposta à preocupação que surgiu na semana passada, quando a plataforma SocArXiv, da Universidade de Maryland em College Park, Estados Unidos, retirou o estudo porque "era usado como apoio ao governo" da Cidade do México para distribuir kits médicos que incluíram ivermectina para tratar covid-19.

Na América Central, o número de mortes aumentou quase 30%, mas o número de casos diminuiu cerca de 70% em El Salvador e mais de um terço em Belize e no Panamá. Na América do Sul, o número de casos caiu pela metade no Peru e na Argentina. O número de mortes continua a aumentar em toda a região. As internações também aumentaram nesta região. No Caribe, as mortes continuam aumentando. Novos casos aumentaram 88% na República Dominicana. De acordo com o estudo colaborativo HÉROES, os profissionais de saúde em 11 países da América Latina apresentaram níveis elevados de depressão, ideação suicida e sofrimento psicológico.

Na África, desde o início da pandemia, houve pelo menos 11.181.000 infecções e 242.000 mortes relatadas. No Marrocos, a média de novas infecções informadas diariamente caiu mais de 4.800 nas últimas 3 semanas, chegando a 47% do seu pico anterior. Em relação à vacinação, segundo a OMS, a África precisa aumentar em seis vezes a imunização contra a covid-19. Apenas 11,30% da população estão com o esquema completo, 16,37% receberam pelo menos uma dose e 0,67% tomaram a dose de reforço. Uganda está preparando uma legislação para tornar obrigatória a vacinação contra o SARS-CoV-2. No dia 9, a OMS anunciou a abertura de um novo Centro de Testes em Black River, nas Ilhas Maurício, para garantir que as pessoas que vivem na parte oeste da ilha se beneficiem de uma triagem adequada para a covid-19.

A partir do dia 21, a Austrália abrirá suas fronteiras internacionais para turistas totalmente vacinados, depois de quase dois anos fechada.

No dia 8, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, na China, informaram que 32 atletas estavam em isolamento após testarem positivo para a covid-19. Cinquenta atletas já receberam alta e a maioria não precisou de nenhum tratamento médico.

Hong Kong testemunhou mais de 2.600 casos nas últimas duas semanas, em comparação com apenas dois casos em dezembro de 2021. A cidade também relatou sua primeira morte suspeita por covid-19 em cinco meses. Autoridades de saúde estão conduzindo mais investigações sobre a causa dessa morte.

Depois de relatar mais um recorde diário de 49.567 casos em 8 de fevereiro, a Coreia do Sul anunciou que estava descontinuando seu programa "rastrear, testar e tratar" . Espera-se que o número de casos no país aumente para 70.000 por dia no final do mês.

No dia 9, o Japão anunciou a extensão das restrições contra a covid-19 em Tóquio e 12 outras províncias até 6 de março. O país registrou mais de 100.000 novas infecções em 8 de fevereiro.

As Filipinas iniciaram a vacinação contra covid-19 para crianças de 5 a 11 anos em 7 de fevereiro com a vacina da Pfizer/BioNTech.

Na China, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Inverno relataram que 32 atletas estavam atualmente em isolamento após testarem positivo para covid-19.

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