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Lisboa — Na liderança da imunização contra a covid-19 na União Europeia, Portugal estima que 85% da população do país estará completamente vacinada na terceira semana de setembro, e, com isso, começa a avaliar o encerramento dos locais de vacinação em massa.
A ideia foi admitida pelo coordenador da força-tarefa de imunização em Portugal, Henrique Gouveia e Melo, que não estabeleceu, no entanto, uma data para a desmobilização das estruturas.
Em entrevista ao jornal Público, várias cidades portuguesas confirmaram que avaliam a desativação dos grandes centros de vacinação.
Apesar de o Sistema Nacional de Saúde (SNS) fazer frente à maioria das despesas associadas aos centros, a manutenção desses locais também gera gastos para os municípios. Além disso, muitas Câmaras Municipais contrataram profissionais de saúde e equipas de apoio adicionais.
O objetivo é essencialmente transferir o processo de vacinação, atualmente feito em complexos exclusivamente dedicados à administração de imunizantes contra o SARS-CoV-2, para a rede de centros de saúde do SNS, que tem abrangência nacional. Mas esse plano pode mudar caso as autoridades de saúde determinem a aplicação em massa da dose de reforço, que, por ora, consiste na terceira dose das vacinas anticovídicas das empresas Pfizer e Moderna.
Em entrevista ao jornal Público, o presidente da câmara municipal de Gondomar, Marco Martins, afirmou que a desmobilização do centro de vacinação instalado no Pavilhão Multiusos da cidade, que foi a primeira grande estrutura de vacinação montada em Portugal, “já está a ser preparada”. Ele afirmou que, se a previsão de cobertura vacinal feita pela força-tarefa se concretizar, a campanha de imunização deve ser transferida para os centros de saúde já no final de setembro.
Em Cascais, onde foram instalados dois grandes centros de vacinação, apenas um está em funcionamento, mas a estrutura do centro atualmente inoperante não foi desmontada, estando pronto para voltar à ativa em caso de demanda.
A autarquia também adiantou o possível encerramento dos grandes centros de vacinação em Loures, também na grande Lisboa, mas não deu detalhes.
Na maioria dos casos, os executivos municipais aguardam uma definição mais clara das autoridades nacionais.
Na capital portuguesa, onde foram instalados sete grandes centros de vacinação, a Câmara afirma que aguarda as indicações da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Até lá, os complexos se mantém como estão.
Em declaração a jornalistas, o coordenador da força-tarefa de vacinação afirmou que, nos moldes atuais, como a terceira dose contra a covid-19 será aplicada em um grupo reduzido de pessoas, os centros de saúde são capazes de garantir a administração do imunizante.
Em 1º de setembro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou suas recomendações [1] para a administração da terceira dose da vacina. A entidade recomenda o reforço para pessoas maiores de 16 anos imunocomprometidas.
A DGS considera que estão aptas para a dose extra as pessoas que foram imunizadas durante “um período de imunossupressão grave”, como receptores de transplante de órgãos, portadores de HIV com baixa contagem de linfócitos, pessoas em tratamento oncológico e pacientes com algumas doenças autoimunes. Nestes casos, a terceira dose da vacina “deve ser efetuada sob orientação e prescrição do médico assistente”.
O reforço deve ser realizado no mínimo três meses após o recebimento da segunda dose e deve ser obrigatoriamente feito com vacina de RNA mensageiro (Pfizer ou Moderna).
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Citar este artigo: Covid-19: Portugal avalia fechar centros de vacinação em massa - Medscape - 9 de setembro de 2021.
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