Discussão
A síndrome de Wolff-Parkinson-White é composta pela associação de intervalo PR curto (menor que 120ms em todas as derivações do ECG), onda delta (empastamento inicial do intervalo QRS) e sintomas como palpitações ou taquicardia. A presença de feixe anômalo conectando eletricamente átrios e ventrículos permite manutenção de taquicardia utilizando o feixe anômalo (também conhecido como via acessória) em um sentido, e o sistema normal de condução em outro.
O paciente encontra-se em ritmo sinusal (ondas p positivas em DI, DII, DIII e avF) com intervalo PR de 90ms e QRS com início lento, deformando o QRS. Alterações de repolarização são comuns e não significam isquemia.
Não há bloqueio atrioventricular total no ECG, e isso pode ser observado pela clara relação entre ondas P e intervalos QRS (1:1), e pela frequência cardíaca normal para a idade, com 66 bpm. Taquicardia ventricular também pode ser descartada pela clara associação de causa e efeito do ritmo supraventricular, sinusal, gerando cada QRS.
Bloqueio de ramo significa um retardo na condução atrioventricular por um dos ramos do feixe de his. Assim, a condução atrioventricular deve ser igual ou pior que no ritmo sem o bloqueio. Seguindo este raciocínio, o intervalo PR em vigência de bloqueio de ramo deve ser pelo menos de 120ms (início da normalidade do intervalo PR para adultos).
Citar este artigo: Jovem com queixas de palpitações e tonturas sem relação com esforço físico - Medscape - 26 de julho de 2017.
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