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Alegrias e desafios da amizade: uma pesquisa entre os médicos do Medscape

Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A profissão médica pode ser particularmente desafiadora e estressante, e os médicos muitas vezes se dedicam tanto ao trabalho que acabam negligenciando a vida pessoal. Neste levantamento do Medscape em português, realizado entre 13 de setembro e 19 de dezembro de 2022, 1.279 médicas e médicos responderam perguntas sobre relacionamentos de amizade no ambiente de trabalho com colegas ou pacientes, amizade íntima, equilíbrio entre carreira, família e vida social, entre outras. Veja os principais resultados da pesquisa nos slides a seguir.  

Alegrias e desafios da amizade: uma pesquisa entre os médicos do Medscape

Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A maioria dos responentes indicou um círculo de amizades de até 10 pessoas (59%). Trinta e nove por cento disseram que têm uma rede com mais de 11 amigos. A comparação com médicos portugueses, que participaram do mesmo levantamento, mostra que os profissionais em atividade em Portugal parecem ter mais amizades: 39% têm até 10 amigos e 46% têm mais de 11.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

Sem contar com parceiros amorosos, a maioria os participantes (66%) disse que tem entre 1 e 5 amigos íntimos. E uma proporção significativa (68%) afirmou ter algum melhor amigo. No entanto, 10% informou que têm nem um amigo próximo.

Quando indagados sobre a relação de amizade íntima com alguém do gênero oposto, a maioria dos respondentes (59%) sugeriu que as amizades mistas são comuns.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A maioria conheceu seus amigos mais próximos na faculdade ou no trabalho (48%). Para 23%, as relações mais íntimas começaram na infância ou no ensino médio. Em proporção bem menor, há amigos que se conheceram no treino, em grupos políticos, na rua, na balada, na igreja. Os resultados também revelaram que maioria (64%) não discute com frequência com seus amigos mais próximos, o que pode sugerir relações baseadas em semelhanças e afinidades.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A maior parte dos médicos e médicas disse que costuma fazer amizade com colegas de profissão: 78%. O percentual alto pode ser explicado pelas afinidades características de qualquer profissão – desafios e experiências semelhantes. Além disso, a hierarquia e as diversas dinâmicas de poder existentes no ambiente profissional da área da saúde podem levar a barreiras para a construção de amizades próximas. Mas essa não é uma cultura universal, como mostra a pesquisa: 29% dos médicos entrevistados são amigos de enfermeiros e outros profissionais saúde.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A maioria tem uma atitude favorável às amizades no trabalho: 34% gostam de fazer e encontrar amigos no ambiente profissional e 39% indicam que é possível conhecer pessoas no trabalho e acabar socializando com elas fora do expediente, embora isso não seja uma certeza. Ainda que prevaleça uma visão positiva sobre fazer amigos no trabalho, apenas 7% consideram ter laços de amizade com quase todos no ambiente profissional. A maioria (75%) acha que poucos colegas de trabalho são seus amigos, sendo que 18% não consideram ninguém nesse ambiente como amigo – o que revela uma atitude cautelosa em relação a misturar amizades e trabalho.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

Mais da metade dos médicos que participaram da pesquisa trabalha em ambientes que não incentivam a formação de laços de amizade entre colegas. Neste aspecto, é importante considerar que a cultura de algumas empresas ou instituições valoriza a formação de equipes unidas e colaborativas, enquanto outras estimulam o individualismo e a competição. Isso pode influenciar a maneira como os colaboradores percebem as amizades no ambiente de trabalho e a forma como se relacionam uns com os outros.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A maioria interage frequentemente com os amigos do trabalho durante o expediente. No contexto do ambiente médico, isso pode favorecer uma comunicação mais eficaz entre os profissionais de saúde e nutrir um senso de unidade e coesão entre a equipe, algo particularmente importante em situações de tensão. Ao mesmo tempo, a maioria dos participantes (80%) relata ter amigos no trabalho que os ajudam a exercer suas funções, o que fala a favor de um ambiente colaborativo e de suporte para solucionar as demandas. Por outro lado, quando perguntados sobre a frequência com que socializam com amigos do trabalho fora do ambiente profissional 50% responderam que raramente ou nunca socializam com os amigos do trabalho fora dele; 39% o fazem às vezes, e apenas 12% fazem isso com frequência.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

Cerca de 63% dos médicos afirmaram receber oportunidades de trabalho de seus amigos constantemente ou às vezes, indicando um ambiente de colaboração entre pares. Por outro lado, 37% relatam que seus amigos do trabalho raramente ou nunca acenam com oportunidades. Deve-se levar em conta que oferta de vagas no Brasil varia de acordo com a especialidade e região. Em algumas áreas e especialidades, há uma maior demanda do que oferta de vagas, enquanto em outras pode haver excedente de profissionais. Fatores como a regulação do mercado de trabalho, a distribuição de recursos financeiros para a saúde e a capacidade de contratação de instituições também influenciam.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A maioria dos respondentes demonstrou ter clareza e consciência sobre a frequência com que suas atividades profissionais e familiares impactam as amizades. A alta proporção (48%) de respostas como sempre ou às vezes revela que boa parte enfrenta com regularidade situações em que é preciso equilibrar as obrigações de trabalho e família com os relacionamentos sociais, o que é um desafio para a grande parte das pessoas.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

Aqui os participantes foram solicitados a selecionar uma única opção. Para muitos, as demandas do dia a dia não deixam tempo livre para relacionamentos pessoais. O distanciamento de ideias e a falta de comunicação também se destacam como obstáculos, o que pode ter se acentuado durante a pandemia e o recente período eleitoral. Além disso, o número de entrevistados que acham que manter amizades íntimas é trabalhoso ou esbarra no medo de vínculos emocionais é maior do que aqueles que não sentem ter dificuldades.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A pandemia não afetou significativamente o número de amigos da maioria dos profissionais da medicina. No entanto, 22% dos entrevistados disseram que seu círculo de amigos diminuiu. A perda de amigos nesse período pode ter muitas causas, como as mudanças de rotina e horários ou, a certa altura (antes da vacinação), a necessidade de isolamento ou de diminuição da interação social para evitar a disseminação da doença. A morte é também um motivo: 35% dos participantes relataram o falecimento de ao menos um amigo por covid-19.

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As divergências sobre vacinação e tratamento na pandemia de covid-19 foram fontes importantes de tensão, mas nem sempre levam ao rompimento de laços. Quase quatro em dez participantes da pesquisa divergiram dos amigos, mas apenas 29% disseram que isso teve impacto negativo nas relações de amizade. A maioria (71%) preferiu contornar as diferenças, mantendo o convívio e o diálogo.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

As respostas da maior parte dos participantes indicam uma tendência a se relacionar com pessoas com ideias semelhantes e há uma certa homogeneidade nos círculos sociais: concordam que têm opiniões políticas semelhantes aos seus amigos (51%), conhecimentos e experiências de vida parecidos (61%) e são da mesma geração/idade (70%). Ao mesmo tempo, uma parcela menor, porém significativa, discorda um pouco ou completamente em relação aos mesmos aspectos.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

Aqui, as respostas mostram que a amizade entre médicos e pacientes é algo relativamente comum: 49%. Quando perguntados sobre se os médicos deveriam evitar tratar amigos íntimos, 2 em 10 (21%) acreditam que deveriam sempre evitar a situação, e 56% defendem que isso ocorra apenas quando a amizade interferir na objetividade clínica.

Quando o assunto foi paciente que virou amigo, apenas 6% dos profissionais admitiram que essa amizade tenha prejudicado a capacidade de fazer um diagnóstico objetivo.

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Equipe Medscape | 12 de abril de 2023 | Autores

A pesquisa mostrou que 99% dos entrevistados já deram orientações médicas a amigos (médicos ou não). Destes, 21% se sentiram desconfortáveis com a situação, o que pode estar relacionado a aspectos como a falta de informações clínicas para opinar (por exemplo, exames), pouca disponibilidade para lidar com as solicitações ou ausência de especialização na área em questão.

Em suma, há a percepção da necessidade de orientações médicas entre amigos, mas o sentimento é que essa prática deve ser limitada a questões menores, e não críticas, tal como corroboram as opiniões dos respondentes mostradas xno slide a seguir.

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